quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Tendências Filosoficas que Interpretam a Educação

A educação toma como referência algumas correntes filosóficas, que norteiam o fazer pedagógico, a partir de questionamentos, tais como: qual a finalidade da educação? Que tipo de indivíduos queremos formar? O que pretende a sociedade? Que papéis devem assumir os educadores e os educandos? Todos os questionamentos requerem uma reflexão filosófica.
Há três tendências filosóficas para explicar a educação: a redentora, a reprodutora e a transformadora.

1- Tendência Redutora:
Propõe uma ação pedagógica otimista, do ponto de vista político, acreditando que a educação tem poderes quase que absolutos sobre a sociedade.
Essa vê a sociedade, um conjunto de seres humanos que vivem e convivem num todo, orgânico e harmonioso, e o que importa é manter e conservar a sociedade no todo social. A educação assim contribui para o ordenamento e equilíbrio do indivíduo à sociedade. Nesse contexto a educação assume a autonomia, pois em vez de receber as interferências da sociedade é ela que interfere de forma quase absoluta no destino de todo social, curando-o de suas mazelas. Para o autor, a educação é o caminho mais eficaz de redimir o desequilibrio da sociedade.
O autor ainda acredita na educação como redentora da sociedade e o caminho é a educação das crianças e jovens, já que não crê na possibilidade de reequilibrar a sociedade à partir dos adultos. Ou seja, a educação redentora corrige os desvios que a sociedade comente, tornando-a melhor e mais próxima do modelo de perfeição social harmônica idealizada.

2- Tendência Reprodutora:
Essa é crítica em relação à compreensão da educação na sociedade, porém pessimista, não vendo qualquer saída para ela, a não ser submeter-se aos seus condicionantes. Acredita que a educação faz integralmente parte da sociedade e a reproduz. A educação reprodutora vê a sociedade como elemento da própria sociedade, determinada por seus condicionantes econômicos, sociais e politicos. 
Pretende apenas demostrar como altera a educação dentro da sociedade e não como ela deve agir; ou seja, não estabelece um modo de atuar para a educação, pelo contrário critica e não acredita na perfeição. Assim não propõe uma prática pedagógica, apenas analisa a já existente, projetando essa para o futuro.
Para melhor reprodução educacional é necessário estar atento, verificando o que necessita para ser suprido ou substituído, até porque o que aqui importa é qualidade e não quantidade. Tanto que Althrusser critica e dá seu parecer pessimista a respeito da escola, da educação; não é a escola que institui a sociedade, mas a sociedade que institui a escola a seu serviço, sendo assim, não adianta lutar por melhorias, contra o poder dominante do sistema educacional, pois sempre reproduzirão a ideologia dominante mais forte.

3- Tendência Transformadora:
Recusa-se tanto ao otimismo ilusório, quanto ao pessimismo imobilizador, propõe-se compreender a educação dentro de seus condicionantes e agir estrategicamente para sua transformação. 
Propõe desvendar e utilizar-se das próprias contradições da sociedade, para trabalhar realisticamente, criticamnte pela sua transformação.
Essa tendência, serve de meio, ao lado de outros meios para transofrmar, já que não coloca a educação dentro da sociedade, pois Dermeval Saviani coloca: é preciso dar uma arma "nas mãos dos educadores para que possam lutar pelo exercício de um poder real, ainda que limitado.
A terceira tendência, interpreta a educação como uma instância diáletica que serve a um projeto, a um modelo, a um edeal de sociedade, ela medeia esse projeto seja ele qual for, trabalhar para realizar na prática esse projeto.
Dessa forma a educação não será mecanicamente reprodutivista e sim reprodutora, desde que podera ser criticizadora.


Noeli Rosa Rodrigues
Universidade Federal de Goiás
História (Licenciatura)



Bibliografia:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1990 - Coleção Magistério - 2º Grau, Série Formação do Professor.



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

GLOBALIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES NA VIDA DO HOMEM

Alguns autores acreditam que as mudanças: econômicas, sociais, políticas, culturais e educacionais, ocorreram devido o acelerado processo das transformações técnico-científicas. Essas revoluções estão assentadas em uma triade revolucionária: A microeletrônica, a microbiologia e a energia termonuclear. A energia termonuclear resultou da descoberta e utilização da energia a vapor, com a primeira Revolução Industrial, e posteriormente com a segunda Revolução Industrial da energia elétrica. A energia termonuclear é responsável, por grandes avanços e perigos para a vida humana e do planeta e dos animais, devido o risco de produção artificial de seres humanos, os viros artificiais e a possibilidade de guerras bacteriológicas. A revolução da microeletrônica é a mais percebida, pois está no nosso dia-a-dia, mediante: agendas eletrônicas, geladeiras, televisores, celulares e muitos outros, podendo destacar o computador, pois sua utilização é aplicado em diferentes atividades como: agricultura, indústria, comércio, etc. Com grandes reflexos econômicos sociais.
A liberação do trabalho humano na agricultura, não significou a melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas causando certa exclusão e a expulsão dos trabalhadores do campo. Na Indústria, as modificações do processo de produção são ainda mais intensas, há uma crescente eliminação do trabalho humano na produção e nos serviços, pelo uso de rôbos e da informática, causando desemprego estrutural. A revolução informacional tem por base, o avanço das telecomunicações, da mídia e das novas tecnologias da informação. As informações circulam de maneira rápida, pois através da Internet, interliga milhares de usuários. As mídias exercem cada vez mais um papel de mediação e de tradução da realidade social, e vem sentindo o impacto da revolução da microeletrônica e do processo da informatização. E uma das principais características da revolução informacional e o surgimento de uma nova linguagem digital, sobretudo entre os jovens.
A informação de livre circulação é em geral tratada e midializada pelas mídias desqualificadas, que exercem um papel de entretenimento e de interesses das elites, pois é denominada pelo capitalismo. O conteúdo dessas mídias são pobres e insignifcantes, mas sendo capazes de dar condições objetivas de formação de uma cultura de massa mundial e de globalização do capital. A globalização veio para ficar e tem sido usado para expressar, os fatores econômicos, sociais, políticos e culturais e as etapas do desenvolvimento do capitalismo.
O capitalismo lançou-se no final do século XX, com o acelerado processo de reestruturação e integração da economia que vem sendo chamado de globalização ou mundialização. Os aspectos e as características principais dessa etapa do capitalismo são bastante diferenciadas, tornando visíveis a partir de 1980, com o neoliberalismo, criando condições para o impulso e a efetivação da globalização. A globalização pressupõe a submissão a uma racionalidade econômica baseada no mercado global competitivo e auto-regulável, e essa racionalidade exclui a regulação do mercado pelo Estado, em razão da lei natural da oferta e da procura. A formação do Estado globalizado tem por finalidade consolidar e sustentar a nova ordem econômica e política mundial.
Com a globalização dos mercados livre, faz com que os mercados se unifiquem e se despresem ao mesmo tempo em que impõe a lógica da exclusão. Ela se caracteriza pela flexibilidade dos processos de trabalho e dos mercados de produtos e de consumo. Esse processo ocorre em grande parte, devido às corporações transnacionais. A flexibilidade global da produção, ocasionada pela revolução tecnológica e pela globalização econômica também alcança o mercado de trabalho.
A globalização da produção passa a redefinir a geografia do mercado de trabalho mundial, a globalização do sistema financeiro é outra das marcas típicas do processo de globalização da economia e grandes somas de recursos atualmente existentes no mundo encontram-se em posse dos bancos, das corporações, das organizações e dos investidores internacionais. A globalização financeira tem ocorrido, em grande parte, graças ao empreendimento dos donos do capital para tornar o sistema financeiro autonômo dos Estados Nacionais com a ajuda do neoliberalismo de mercado.
A globalização também ocorre no âmbito do poder, tal configuração deve-se ao avanço do neoliberalismo de mercado, à queda do socialismo real, e a globalização do mercado, mediante a globalização do capital. O poder das sociedades neoliberais concentra-se nos grandes grupos financeiros e industriais, os quais juntamente com o Estado, definem as estratégias de desenvolvimento. Os países ricos desempenham papel ativo na criação e na sustentação do mundo globalizado, podemos destacar também o papel socioideológico desempenhado por outras organizações mundiais, como: ONU para educação, ciência e cultura (UNESCO), Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras organizações.
O capitalismo liberalismo vem assumindo duas posições: concorrencial e estatizante. A concorrencial, cuja preocupação central é a liberdade econômica; a estatizante apresenta características de igualdade social, objetivando efetivar uma economia de mercado planejado e administrado pelo Estado; promover políticas públicas de bem estar social. Percebe-se que o liberalismo tem prevalecido nos momentos em que o capitalismo liberal é mais concorrecional, já o paradigma da igualdade tem sido mais hegêmonio nos momentos em que o capitalismo liberal é mais “estatizantemente-democrático”. Mas, é com o auxílio dos dois paradigmas que o liberalismo tem demonstrado capacidade de adaptar-se de incorporar críticas e de mudar de significado em cada momento.
A modernização econômica capitalista pós-segunda Guerra Mundial, depositou maior confiança na educação em vista das mudanças na economia e no mercado de trabalho. Os liberalistas acreditavam que através das universidades do ensino, seria possível estabelecer as condições de instituições da sociedade, garantindo a igualdade de oportunidade, desenvolvimento do indivíduo e a adaptação social de acordo com a inteligência e capacidade.
No Brasil o capitalismo ocorreu a partir da Revolução Industrial e com a urbanização da década de 30, sucede a tentativa de transformar a sociedade tradicional em uma sociedade moderna. O Estado Brasileiro expandiu-se, a fim de nacionalizar e desenvolver a economia brasileira. Criou programas de educação e saúde, assistência a agricultura, criou ainda um legislação trabalhista, assegurando ao trabalhador direitos sociais, como: salário mínimo, férias remuneradas e aviso prévio.
O paradigma da liberdade e da qualidade teve sua origem na produção capitalista, e esse modo de produção requereu inicialmente um mercado livre, para que pudesse prevalecer à competição, por isso o paradigma da liberdade vem afirmando-se no mundo da produção do mercado e do consumo, vem servindo, também para reordenar a ação do Estado em termos de políticas públicas, por exemplo, à Educação. Igualdade de acesso do ensino em todos os níveis e qualidade. O discurso do neoliberalismo de mercado e das mudanças técnico-científicos trouxeram novas exigências ao setor educacional. Esse novo momento evidencia a crise de um modelo societário capitalista-liberal estatizante e democrático igualitário que direcionou o projeto de modernização a partir da Segunda Guerra Mundial.
O modelo de exploração anterior, que exigia um trabalhador fragmentado rotativo, cede lugar a um modelo de exploração que requer um novo trabalhador, com habilidades de comunicação, de integração e de flexibilidade, para acompanhar o próprio avanço científico-tecnológico das empresas o qual se da através da competitividade. Por isso, a educação fundamental ganha centralidade nas políticas educacionais, as orientações do Banco Mundial para o Ensino Básico e Superior, consiste em desenvolver um ensino mais eficiente, de qualidade e capaz de oferecer uma formação geral mais sofisticada, em lugar de um treinamento para o trabalho. O banco também estimula o aumento da competitividade, a descentralização e a privatização do ensino. Requer que a educação escolar esteja articulada ao novo paradigma produtiva, para assegurar o acesso aos novos códigos da modernização capitalista.
A tecnologia educacional se preocupa com o método científico, para obter eficiência e qualidade no processo pedagógico. Essa nova abordagem da educação apoia-se em um conceito positivista de ciência neutra e objetiva. Essa nova cultura institucional levaria as universidades a buscar constantemente a qualidade total dos serviços, bem como a formar profissionais capazes de corresponder as sempre novas necessidades do mercado capitalista.


ROSANE FERREIRA BORGES RODRIGUES
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)




BIBLIOGRAFIA

Texto: “As Transformações Técnico-Científicas, Econômicas e Políticas”.

DESPERTAR

A Globalização sempre existiu é um fenômeno made USA, basta lembrarmos de Hollywood, e que tomou força graças o advento da internet.
Globalização é uma sociedade mundial, ou simplesmente, de uma economia política mundial, apontada para o processo de unificação e adaptação, tendo como conseqüências, o nivelamento de padrões de consumo, onde o importante é o ter e o consumir e não o ser e existir, o vício do consumismo, onde o direito de cidadão virou direito do consumidor. E uma crescente e inevitável massificação cultural, onde podemos observar se trata apenas de conceitos comuns de nossa época ou fenômeno de uma transição forçada. Vanderlei de Barros Rosas, fala do perigo da construção de uma sociedade nulista, ou seja, com ausência total de referencial.

“nossa sociedade caminha para uma ausência total de desejo, pois os velhos paradigmas estão sendo quebrados, porém não estamos construindo outros no lugar” (ROSAS, Vanderlei de Barros, p. 1, 2001).

A construção de uma sociedade com a perda da identidade cultural. O imperialismo do Primeiro Mundo através do processo de globalização começa o domínio através da linguagem, onde aportuguesamos palavras e expressões.
Estamos na era da Pós-modernidade que nada mais é do que um período de transição indefinível, com mudanças de paradigmas e conceitos abstratos e subjetivos, onde ninguém consegue ao certo conceituá-la. Assim estamos vivendo nesta era da Pós-modernidade com terríveis conseqüências deste mundo globalizado, onde estamos perdendo não somente nossa morada, mas principalmente nossa identidade.
Hoje vivemos uma cultura da imagem e do som, os meios de comunicação de massas como a músicas com apologia ao crime, drogas e a prática de sexo livre e em grupo, estas músicas encontra guarita nesse mundo globalizado, onde o ser humano busca se satisfazer suas necessidades básicas no prazer pelo prazer. Uma sociedade individualista, onde a competição é tão grande, que se torna difícil identificar sociologicamente onde há conflito e competição, estamos vivendo momentos em que as relações humanas não têm valor algum, a não ser na base de troca.
Aparecida Silva de Jesus
Universidade Federal de Goiás
Curso de História



BIBLIOGRAFIA

ROSAS, Vanderlei de Barros – Os Perigos da Globalização – Copyright, 2001

Globalização Milton Santos - O mundo global visto do lado de cá.



Este documentário foi feito pelo cineasta brasileiro, em 2001, Sílvio Tendler, que entrevista Milton Santos, um brasileiro intelectual, geógrafo que fala de um mundo globalizado, procurando explicar esse fenômeno que atinge todo o planeta.

O documentário traz as consequências da globalização, bem como as revoluções tecnológicas que se intensificaram durante o século XX; os movimentos que repercurtiram por conta da globalização que aconteceram na Bolívia, França, México e Brasil; privatizações de estatais e empresas de grande porte que deixaram pessoas desempregadas.

Neste documentário podemos perceber que há uma grande diferença entre vários países desenvolvidos que exploram os países pobres, enriquecendo e deixando-os cada vez mais em estado de miséria. Outra questão importante é o desemprego que atinge a população; as máquinas tomam o lugar dos trabalhadores e estes ficam a mercê, contando com a própria sorte.

É um documentário que explica ou tenta explicar e compreender o efeito devastador da globalização e suas conseqüências, principalmente nos países que são explorados pelos países ricos e/ou desenvolvidos que impõem às suas leis para que sejam os principais beneficiados.


Ana Cristina Silva Gomes Ferreira

Universidade Federal de Goiás

Curso de História (Licenciatura)



EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SABERES DO PROFESSOR: NA LUTA DO REENCATAMENTO DA EDUCAÇÃO

Atualmente as tecnologias da informação e da comunicação – TIC – aumentam ou diminuem as chances de uma educação para a solidariedade? Isso depende de como ela interfere na empregabilidade e na exclusão social e se muda algo ou não nas frágeis predisposições humanas. A verdade é que a profundidade e a rapidez da penetração das TIC estão transformando muitos aspectos da vida cotidiana, e durante toda a evolução da espécie humana, nunca houve mutações tão profundas e rápidas.
É indiscutível que a sociedade da informação – SI – decorre das grandes transformações resultantes da TIC. A SI além de ser um fenômeno tecnológico, apresenta-se também como consubstanciada com um determinado projeto político, ela encerra imensas potencialidades positivas, mas também contém igualmente uma série de riscos. Sendo que essa rápida transformação acaba aumentando as taxas de crescimento econômico, grande parte da população mundial passou ao rol de “massa sobrante”. Vários documentos oficiais da União Européia sobre as mutações no mundo atualmente destaca três choques básicos: o choque da sociedade da informação, o choque da mundialização e o choque da civilização científica e técnica. E de acordo com Assmann (2007):

[...] O conhecimento – e não os simples dados digitalizados – é e será o recurso humano, econômico e sócio-cultural mais determinante na nova fase da história humana que já se iniciou. Com a expressão sociedade aprendente pretende-se inculcar que a sociedade inteira deve entrar em estado de aprendizagem e transformar-se numa imensa rede de ecologias cognitivas (ASSMANN, 2007, p.19).

Assim, a proposta de uma sociedade aprendente acredita tudo entre educação e empregabilidade como via para superação das exclusões, e sendo adequada de certo modo, a lógica do mercado. Dessa forma seria absurdo negar a relevância da educação para conseguir emprego no mundo de hoje, porém, não se trata de questionar se a educação é uma condição imprescindível para empregabilidade, mas questionar se esta condição necessária é suficiente para a empregabilidade dentro da lógica do mercado operante atualmente.
Os seres humanos não são “naturalmente” tão solidários quanto parecem, porém, não que sejam “naturalmente” perversos ou anti-solidários, mesmo algumas tradições culturais e religiosas terem chegado perto dessa visão. Sendo que a questão do pecado original é uma espécie de chave interpretativa acerca do que se pode esperar dos seres humanos no convívio social, porém, atualmente não faltam os que têm esperanças na democraticidade que impregna as próprias características interativas das novas tecnologias. Hoje no bojo das novas tecnologias, pode-se dizer que se encontram grandes chances de ampliação efetiva da solidariedade universal entre os seres humanos. A grande verdade é que a lógica da exclusão se enraizou nas instituições do mundo de hoje, assim é necessário a criação de uma educação para a solidariedade persistente, sendo a mais avançada tarefa social emancipatória. As características da era das redes são promissoras, assim, basta saber usá-las de forma correta em proveito da educação da solidariedade, é preciso trabalhar pedagogicamente o descompasso dos seres humanos.
Agora pergunto, atualmente diante de todas essas tecnologias da informatização, é possível falar em reencantamento da educação sem se passar por ingênuo? No mundo de hoje, a privação da educação é uma causa mortis inegável, e as biociências descobriram que a vida é uma persistência de processos de aprendizagem, assim, processos vitais e processos de conhecimento são basicamente a mesma coisa. A escola deve ser um lugar prazeroso, mas infelizmente muitas vezes não é, devido o panorama brasileiro ser desolador, principalmente na escola pública de primeiro e segundo graus. A luta pela revalorização e redignificação salarial e profissional dos docentes, acabou por tornar-se prioridade, fazendo assim, que alguns se esqueçam do reencantamento do cerne pedagógico da experiência educacional.
São necessárias muitas frentes de lutas pela melhoria da educação, pois se sabe que em muitas instituições educativas, há muita gente encalhada no mero negativismo, porém, não se pode ficar contornando eternamente a evidência de que a qualidade na educação passa centralmente pelo viés pedagógico. Somente educadores entusiasmados com seu papel na sociedade conseguem criar opinião favorável aos seus reclamos. Atualmente, as palavras “conhecimento e aprender” exercem um fascínio, aparecem por todo lado, e nos últimos anos se intensificou o debate sobre o conhecimento, até mesmo na economia se fala de aprendizagem e conhecimento.
A discussão sobre o conhecimento abarca hoje todos os processos naturais e sociais onde se geram levando várias formas de aprendizagem, o importante é saber que tudo aquilo que é capaz de aprender cumpre processos cognitivos. Assim, a pedagogia escolar deve estar ciente de que não é a única instância educativa, porém, não pode renunciar a instância educacional a qual tem o papel de criar conscientemente experiências de aprendizagem. O fato maior do mundo atual são as lógicas da exclusão e o alastramento da insensibilidade que os acompanha, dessa forma a educação terá papel determinante na criação da sensibilidade social necessária para reorientar a humanidade.
Acaba surgindo uma hipótese desafiadora, onde a humanidade entra na fase, onde nenhum poder econômico ou político é capaz de controlar a explosão dos espaços do conhecimento, e a internet é um exemplo disso. Com isso a educação, deve ocupar, de forma criativa, os acessos ao conhecimento disponível e de gerar, positivamente, propostas de direcionamento dos processos cognitivos, “[...] A educação tem o papel de formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternumar e a ternura sejam necessidades vivenciais e elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social” (ASSMANN, 2007, p. 29).
Enfim, o ambiente pedagógico tem de ser lugar de fascinação e inventividade, e quando se fala em reencatar a educação, quer dizer, colocar a ênfase numa visão da ação educativa como ensejamento e produção de experiências de aprendizagem. Educar é fazer surgir vivências do processo de conhecimento, e não simplesmente aquisição de conhecimentos prontos e disponíveis para o ensino da simples transmissão, e a educação só consegue bons “resultados” quando se preocupa em gerar experiências de aprendizagem. Rubem Alves costuma dizer que educar tem tudo a ver com sedução, para ele educador é quem consegue desfazer as resistências ao prazer do conhecimento.



Rosimar Pereira dos Santos Balduino
Universidade Federal de Goiás
História (Licenciatura)




 




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 10. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

O LIVRO DIDÁTICO E O PROFESSOR - KAZUMI MUNAKATA


Criticar analise de livro didático que se limita ao seu aspecto ideológico, não significa não reconhecer a dimensão ideológica desse material escolar. Como afirma Gimero Sacristãn.
O livro didático é uma estrutura fundamental da educação escolar. Por trás do texto há uma seleção cultural que apresenta o conhecimento oficial, colaborando de forma decisiva na criação do saber. Assim o livro didático é um poderoso instrumento cultural de primeira ordem, ao lado dos meios de comunicação de base, constroem um consenso cultural, reafirmaram uma tradição, definem símbolos a representação do mundo e da sociedade, ou seja, não existe neutralidade, apenas ocultação de conflitos intelectuais, sociais e morais.
Os textos escolares são os mais importantes se não a única definição do currículo. Esse não é modificado, suas mudanças são pequenas e ineficazes, já que enfrentam resistência por parte dos pais e professores. Além disso, os professores são vistos como “beco sem saída”, suspeitos de não terem uma formação adequada, assim os programas de capacitação são considerados onerosos. Numa política formulada a partir da desconfiança em relação ao professor. O livro didático assume a centralidade, segundo Torres.
O professor não pode ser dependente do livro didático, já que a dependência do professor lhe reserva um papel de manipulador de textos e manuais, limitando sua formação e crescimento.
A seleção do livro didático é feita pelo governo, no Brasil o mercado editorial de livros didáticos passou a ser analisado depois da criação do PNLD. O livro didático passou a influenciar o trabalho pedagógico, definindo o currículo, cristalizando abordagens metodológicas e quadros conceituais, etc.
Para o livro didático deixar de ser a principal ou única referência da prática pedagógica e se tornar apenas um instrumento auxiliar, é preciso reverter à orientação metodológica e os interesses sociais e regionais.
Segundo Munakata, o livro didático precisa ser eficaz tanto ao professor quanto ao aluno.
Para Chartier, abordar a leitura é considerar conjuntamente a liberdade dos leitores, é o condicionamento que constituem estratégias, das quais os autores e fazedores de livros tentam impor uma ortodoxia, uma leitura forçada; e quanto mais protocolo de leitura conter um livro, mais se reduz a possibilidade de escapar à ortodoxia.


Keila Sandra Filgueira
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MUNAKATA, Kazumi, O Livro Didático e o Professor: Entre a Ordoxia e a Apropriação. In: Monteiro, Ana Maria et.al. (org).
Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. S/ed. Rio de Janeiro: FAPERI/Manad 2007.

GLOBALIZAÇÃO


Segundo Antônio Inácio Andrioli, nós vivemos na era da globalização, tudo se converge, os limites vão desaparecendo. Sendo que globalização e neoliberalismo está permeado de ambigüidade, onde se fala de uma paz mundial, e isso nada ais é que uma economia política mundial onde aponta para o processo de unificação e adaptação como conseqüências o consumismo, e inevitável massificação cultural, onde é possível perceber uma transição forçada onde paradigmas são quebradas sem a construção de novos, correndo o risco de construir uma sociedade, sem referencial, de uma alienada, onde leva o homem a desviar dos temas centrais, reais e necessários à sua sobrevivência, e se alienar, para os temas centrais que interessam somente aos países imperialistas.
As políticas educacionais são projetadas e implantadas de acordo com as exigências da produção de mercado, de acordo com os interesses dos países ricos.
Segundo Ildeu Moreira Coelho, nos vivemos hoje uma cultura da imagem e do som negando o direito fundamental de uma formação rigorosa e critica, abrindo mão do texto escrito, da leitura dos livros, do aprendizado e do cultivo do pensamento e condenando-os a permanecer no mundo da imagem e do som.

“A sociedade atual, a mídia e o mercado deixam de lado a questão do sentido e de gênese da cultura, da formação humana, da educação e da escola, e desqualificam as humanidades, a reflexão, em beneficio da tecnociência e de suas implicações na existência pessoal e coletiva, na educação, na escola e em toda produção intelectual” (COELHO, Ildeu Moreira, p. 2, 2008).

Segundo Ildeu, tudo isso é inseparável e com a desvalorização e um, causa empobrecimento de horizontes cultuais e humanos eu afetam a educação e a escola do letramento ao doutorado.
Segundo Antonio Inácio Andrioli, a globalização na educação, remete para a qualidade total a educação, mas os investimentos e benefícios são projetados e calculados e projetados da mesma forma como se procede em uma empresa.

“A educação é oferecida, atualmente, como uma mercadoria e a escola tornou-se, na verdade, mais uma empresa à qual se paga pela obtenção de um serviço” (ANDRIOLI, Antônio Inácio).
Para Andrioli, a modernização na educação, diversificação, produtividade, eficácia e competência, como em uma indústria, são palavras de ordem O que representa um grande perigo para o campo educacional: ao se regular segundo a lógica da competição, a escola estaria perdendo seu sentido, ou se contradizendo.

Aparecida Silva de Jesus
Universidade Federal de Goiás
Curso de História


                                               
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  
COELHO, Ildeu Moreira – Cultura e Educação Escolar: Questão a ser pensada, Ralidade a ser inventada 2008,

ANDRIOLI, Antonio Inácio – Educação. Globalização e Neoliberalismo: O Debate precisa continuar!