segunda-feira, 28 de novembro de 2011

GLOBALIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES NA VIDA DO HOMEM

Alguns autores acreditam que as mudanças: econômicas, sociais, políticas, culturais e educacionais, ocorreram devido o acelerado processo das transformações técnico-científicas. Essas revoluções estão assentadas em uma triade revolucionária: A microeletrônica, a microbiologia e a energia termonuclear. A energia termonuclear resultou da descoberta e utilização da energia a vapor, com a primeira Revolução Industrial, e posteriormente com a segunda Revolução Industrial da energia elétrica. A energia termonuclear é responsável, por grandes avanços e perigos para a vida humana e do planeta e dos animais, devido o risco de produção artificial de seres humanos, os viros artificiais e a possibilidade de guerras bacteriológicas. A revolução da microeletrônica é a mais percebida, pois está no nosso dia-a-dia, mediante: agendas eletrônicas, geladeiras, televisores, celulares e muitos outros, podendo destacar o computador, pois sua utilização é aplicado em diferentes atividades como: agricultura, indústria, comércio, etc. Com grandes reflexos econômicos sociais.
A liberação do trabalho humano na agricultura, não significou a melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas causando certa exclusão e a expulsão dos trabalhadores do campo. Na Indústria, as modificações do processo de produção são ainda mais intensas, há uma crescente eliminação do trabalho humano na produção e nos serviços, pelo uso de rôbos e da informática, causando desemprego estrutural. A revolução informacional tem por base, o avanço das telecomunicações, da mídia e das novas tecnologias da informação. As informações circulam de maneira rápida, pois através da Internet, interliga milhares de usuários. As mídias exercem cada vez mais um papel de mediação e de tradução da realidade social, e vem sentindo o impacto da revolução da microeletrônica e do processo da informatização. E uma das principais características da revolução informacional e o surgimento de uma nova linguagem digital, sobretudo entre os jovens.
A informação de livre circulação é em geral tratada e midializada pelas mídias desqualificadas, que exercem um papel de entretenimento e de interesses das elites, pois é denominada pelo capitalismo. O conteúdo dessas mídias são pobres e insignifcantes, mas sendo capazes de dar condições objetivas de formação de uma cultura de massa mundial e de globalização do capital. A globalização veio para ficar e tem sido usado para expressar, os fatores econômicos, sociais, políticos e culturais e as etapas do desenvolvimento do capitalismo.
O capitalismo lançou-se no final do século XX, com o acelerado processo de reestruturação e integração da economia que vem sendo chamado de globalização ou mundialização. Os aspectos e as características principais dessa etapa do capitalismo são bastante diferenciadas, tornando visíveis a partir de 1980, com o neoliberalismo, criando condições para o impulso e a efetivação da globalização. A globalização pressupõe a submissão a uma racionalidade econômica baseada no mercado global competitivo e auto-regulável, e essa racionalidade exclui a regulação do mercado pelo Estado, em razão da lei natural da oferta e da procura. A formação do Estado globalizado tem por finalidade consolidar e sustentar a nova ordem econômica e política mundial.
Com a globalização dos mercados livre, faz com que os mercados se unifiquem e se despresem ao mesmo tempo em que impõe a lógica da exclusão. Ela se caracteriza pela flexibilidade dos processos de trabalho e dos mercados de produtos e de consumo. Esse processo ocorre em grande parte, devido às corporações transnacionais. A flexibilidade global da produção, ocasionada pela revolução tecnológica e pela globalização econômica também alcança o mercado de trabalho.
A globalização da produção passa a redefinir a geografia do mercado de trabalho mundial, a globalização do sistema financeiro é outra das marcas típicas do processo de globalização da economia e grandes somas de recursos atualmente existentes no mundo encontram-se em posse dos bancos, das corporações, das organizações e dos investidores internacionais. A globalização financeira tem ocorrido, em grande parte, graças ao empreendimento dos donos do capital para tornar o sistema financeiro autonômo dos Estados Nacionais com a ajuda do neoliberalismo de mercado.
A globalização também ocorre no âmbito do poder, tal configuração deve-se ao avanço do neoliberalismo de mercado, à queda do socialismo real, e a globalização do mercado, mediante a globalização do capital. O poder das sociedades neoliberais concentra-se nos grandes grupos financeiros e industriais, os quais juntamente com o Estado, definem as estratégias de desenvolvimento. Os países ricos desempenham papel ativo na criação e na sustentação do mundo globalizado, podemos destacar também o papel socioideológico desempenhado por outras organizações mundiais, como: ONU para educação, ciência e cultura (UNESCO), Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras organizações.
O capitalismo liberalismo vem assumindo duas posições: concorrencial e estatizante. A concorrencial, cuja preocupação central é a liberdade econômica; a estatizante apresenta características de igualdade social, objetivando efetivar uma economia de mercado planejado e administrado pelo Estado; promover políticas públicas de bem estar social. Percebe-se que o liberalismo tem prevalecido nos momentos em que o capitalismo liberal é mais concorrecional, já o paradigma da igualdade tem sido mais hegêmonio nos momentos em que o capitalismo liberal é mais “estatizantemente-democrático”. Mas, é com o auxílio dos dois paradigmas que o liberalismo tem demonstrado capacidade de adaptar-se de incorporar críticas e de mudar de significado em cada momento.
A modernização econômica capitalista pós-segunda Guerra Mundial, depositou maior confiança na educação em vista das mudanças na economia e no mercado de trabalho. Os liberalistas acreditavam que através das universidades do ensino, seria possível estabelecer as condições de instituições da sociedade, garantindo a igualdade de oportunidade, desenvolvimento do indivíduo e a adaptação social de acordo com a inteligência e capacidade.
No Brasil o capitalismo ocorreu a partir da Revolução Industrial e com a urbanização da década de 30, sucede a tentativa de transformar a sociedade tradicional em uma sociedade moderna. O Estado Brasileiro expandiu-se, a fim de nacionalizar e desenvolver a economia brasileira. Criou programas de educação e saúde, assistência a agricultura, criou ainda um legislação trabalhista, assegurando ao trabalhador direitos sociais, como: salário mínimo, férias remuneradas e aviso prévio.
O paradigma da liberdade e da qualidade teve sua origem na produção capitalista, e esse modo de produção requereu inicialmente um mercado livre, para que pudesse prevalecer à competição, por isso o paradigma da liberdade vem afirmando-se no mundo da produção do mercado e do consumo, vem servindo, também para reordenar a ação do Estado em termos de políticas públicas, por exemplo, à Educação. Igualdade de acesso do ensino em todos os níveis e qualidade. O discurso do neoliberalismo de mercado e das mudanças técnico-científicos trouxeram novas exigências ao setor educacional. Esse novo momento evidencia a crise de um modelo societário capitalista-liberal estatizante e democrático igualitário que direcionou o projeto de modernização a partir da Segunda Guerra Mundial.
O modelo de exploração anterior, que exigia um trabalhador fragmentado rotativo, cede lugar a um modelo de exploração que requer um novo trabalhador, com habilidades de comunicação, de integração e de flexibilidade, para acompanhar o próprio avanço científico-tecnológico das empresas o qual se da através da competitividade. Por isso, a educação fundamental ganha centralidade nas políticas educacionais, as orientações do Banco Mundial para o Ensino Básico e Superior, consiste em desenvolver um ensino mais eficiente, de qualidade e capaz de oferecer uma formação geral mais sofisticada, em lugar de um treinamento para o trabalho. O banco também estimula o aumento da competitividade, a descentralização e a privatização do ensino. Requer que a educação escolar esteja articulada ao novo paradigma produtiva, para assegurar o acesso aos novos códigos da modernização capitalista.
A tecnologia educacional se preocupa com o método científico, para obter eficiência e qualidade no processo pedagógico. Essa nova abordagem da educação apoia-se em um conceito positivista de ciência neutra e objetiva. Essa nova cultura institucional levaria as universidades a buscar constantemente a qualidade total dos serviços, bem como a formar profissionais capazes de corresponder as sempre novas necessidades do mercado capitalista.


ROSANE FERREIRA BORGES RODRIGUES
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)




BIBLIOGRAFIA

Texto: “As Transformações Técnico-Científicas, Econômicas e Políticas”.

DESPERTAR

A Globalização sempre existiu é um fenômeno made USA, basta lembrarmos de Hollywood, e que tomou força graças o advento da internet.
Globalização é uma sociedade mundial, ou simplesmente, de uma economia política mundial, apontada para o processo de unificação e adaptação, tendo como conseqüências, o nivelamento de padrões de consumo, onde o importante é o ter e o consumir e não o ser e existir, o vício do consumismo, onde o direito de cidadão virou direito do consumidor. E uma crescente e inevitável massificação cultural, onde podemos observar se trata apenas de conceitos comuns de nossa época ou fenômeno de uma transição forçada. Vanderlei de Barros Rosas, fala do perigo da construção de uma sociedade nulista, ou seja, com ausência total de referencial.

“nossa sociedade caminha para uma ausência total de desejo, pois os velhos paradigmas estão sendo quebrados, porém não estamos construindo outros no lugar” (ROSAS, Vanderlei de Barros, p. 1, 2001).

A construção de uma sociedade com a perda da identidade cultural. O imperialismo do Primeiro Mundo através do processo de globalização começa o domínio através da linguagem, onde aportuguesamos palavras e expressões.
Estamos na era da Pós-modernidade que nada mais é do que um período de transição indefinível, com mudanças de paradigmas e conceitos abstratos e subjetivos, onde ninguém consegue ao certo conceituá-la. Assim estamos vivendo nesta era da Pós-modernidade com terríveis conseqüências deste mundo globalizado, onde estamos perdendo não somente nossa morada, mas principalmente nossa identidade.
Hoje vivemos uma cultura da imagem e do som, os meios de comunicação de massas como a músicas com apologia ao crime, drogas e a prática de sexo livre e em grupo, estas músicas encontra guarita nesse mundo globalizado, onde o ser humano busca se satisfazer suas necessidades básicas no prazer pelo prazer. Uma sociedade individualista, onde a competição é tão grande, que se torna difícil identificar sociologicamente onde há conflito e competição, estamos vivendo momentos em que as relações humanas não têm valor algum, a não ser na base de troca.
Aparecida Silva de Jesus
Universidade Federal de Goiás
Curso de História



BIBLIOGRAFIA

ROSAS, Vanderlei de Barros – Os Perigos da Globalização – Copyright, 2001

Globalização Milton Santos - O mundo global visto do lado de cá.



Este documentário foi feito pelo cineasta brasileiro, em 2001, Sílvio Tendler, que entrevista Milton Santos, um brasileiro intelectual, geógrafo que fala de um mundo globalizado, procurando explicar esse fenômeno que atinge todo o planeta.

O documentário traz as consequências da globalização, bem como as revoluções tecnológicas que se intensificaram durante o século XX; os movimentos que repercurtiram por conta da globalização que aconteceram na Bolívia, França, México e Brasil; privatizações de estatais e empresas de grande porte que deixaram pessoas desempregadas.

Neste documentário podemos perceber que há uma grande diferença entre vários países desenvolvidos que exploram os países pobres, enriquecendo e deixando-os cada vez mais em estado de miséria. Outra questão importante é o desemprego que atinge a população; as máquinas tomam o lugar dos trabalhadores e estes ficam a mercê, contando com a própria sorte.

É um documentário que explica ou tenta explicar e compreender o efeito devastador da globalização e suas conseqüências, principalmente nos países que são explorados pelos países ricos e/ou desenvolvidos que impõem às suas leis para que sejam os principais beneficiados.


Ana Cristina Silva Gomes Ferreira

Universidade Federal de Goiás

Curso de História (Licenciatura)



EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SABERES DO PROFESSOR: NA LUTA DO REENCATAMENTO DA EDUCAÇÃO

Atualmente as tecnologias da informação e da comunicação – TIC – aumentam ou diminuem as chances de uma educação para a solidariedade? Isso depende de como ela interfere na empregabilidade e na exclusão social e se muda algo ou não nas frágeis predisposições humanas. A verdade é que a profundidade e a rapidez da penetração das TIC estão transformando muitos aspectos da vida cotidiana, e durante toda a evolução da espécie humana, nunca houve mutações tão profundas e rápidas.
É indiscutível que a sociedade da informação – SI – decorre das grandes transformações resultantes da TIC. A SI além de ser um fenômeno tecnológico, apresenta-se também como consubstanciada com um determinado projeto político, ela encerra imensas potencialidades positivas, mas também contém igualmente uma série de riscos. Sendo que essa rápida transformação acaba aumentando as taxas de crescimento econômico, grande parte da população mundial passou ao rol de “massa sobrante”. Vários documentos oficiais da União Européia sobre as mutações no mundo atualmente destaca três choques básicos: o choque da sociedade da informação, o choque da mundialização e o choque da civilização científica e técnica. E de acordo com Assmann (2007):

[...] O conhecimento – e não os simples dados digitalizados – é e será o recurso humano, econômico e sócio-cultural mais determinante na nova fase da história humana que já se iniciou. Com a expressão sociedade aprendente pretende-se inculcar que a sociedade inteira deve entrar em estado de aprendizagem e transformar-se numa imensa rede de ecologias cognitivas (ASSMANN, 2007, p.19).

Assim, a proposta de uma sociedade aprendente acredita tudo entre educação e empregabilidade como via para superação das exclusões, e sendo adequada de certo modo, a lógica do mercado. Dessa forma seria absurdo negar a relevância da educação para conseguir emprego no mundo de hoje, porém, não se trata de questionar se a educação é uma condição imprescindível para empregabilidade, mas questionar se esta condição necessária é suficiente para a empregabilidade dentro da lógica do mercado operante atualmente.
Os seres humanos não são “naturalmente” tão solidários quanto parecem, porém, não que sejam “naturalmente” perversos ou anti-solidários, mesmo algumas tradições culturais e religiosas terem chegado perto dessa visão. Sendo que a questão do pecado original é uma espécie de chave interpretativa acerca do que se pode esperar dos seres humanos no convívio social, porém, atualmente não faltam os que têm esperanças na democraticidade que impregna as próprias características interativas das novas tecnologias. Hoje no bojo das novas tecnologias, pode-se dizer que se encontram grandes chances de ampliação efetiva da solidariedade universal entre os seres humanos. A grande verdade é que a lógica da exclusão se enraizou nas instituições do mundo de hoje, assim é necessário a criação de uma educação para a solidariedade persistente, sendo a mais avançada tarefa social emancipatória. As características da era das redes são promissoras, assim, basta saber usá-las de forma correta em proveito da educação da solidariedade, é preciso trabalhar pedagogicamente o descompasso dos seres humanos.
Agora pergunto, atualmente diante de todas essas tecnologias da informatização, é possível falar em reencantamento da educação sem se passar por ingênuo? No mundo de hoje, a privação da educação é uma causa mortis inegável, e as biociências descobriram que a vida é uma persistência de processos de aprendizagem, assim, processos vitais e processos de conhecimento são basicamente a mesma coisa. A escola deve ser um lugar prazeroso, mas infelizmente muitas vezes não é, devido o panorama brasileiro ser desolador, principalmente na escola pública de primeiro e segundo graus. A luta pela revalorização e redignificação salarial e profissional dos docentes, acabou por tornar-se prioridade, fazendo assim, que alguns se esqueçam do reencantamento do cerne pedagógico da experiência educacional.
São necessárias muitas frentes de lutas pela melhoria da educação, pois se sabe que em muitas instituições educativas, há muita gente encalhada no mero negativismo, porém, não se pode ficar contornando eternamente a evidência de que a qualidade na educação passa centralmente pelo viés pedagógico. Somente educadores entusiasmados com seu papel na sociedade conseguem criar opinião favorável aos seus reclamos. Atualmente, as palavras “conhecimento e aprender” exercem um fascínio, aparecem por todo lado, e nos últimos anos se intensificou o debate sobre o conhecimento, até mesmo na economia se fala de aprendizagem e conhecimento.
A discussão sobre o conhecimento abarca hoje todos os processos naturais e sociais onde se geram levando várias formas de aprendizagem, o importante é saber que tudo aquilo que é capaz de aprender cumpre processos cognitivos. Assim, a pedagogia escolar deve estar ciente de que não é a única instância educativa, porém, não pode renunciar a instância educacional a qual tem o papel de criar conscientemente experiências de aprendizagem. O fato maior do mundo atual são as lógicas da exclusão e o alastramento da insensibilidade que os acompanha, dessa forma a educação terá papel determinante na criação da sensibilidade social necessária para reorientar a humanidade.
Acaba surgindo uma hipótese desafiadora, onde a humanidade entra na fase, onde nenhum poder econômico ou político é capaz de controlar a explosão dos espaços do conhecimento, e a internet é um exemplo disso. Com isso a educação, deve ocupar, de forma criativa, os acessos ao conhecimento disponível e de gerar, positivamente, propostas de direcionamento dos processos cognitivos, “[...] A educação tem o papel de formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternumar e a ternura sejam necessidades vivenciais e elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social” (ASSMANN, 2007, p. 29).
Enfim, o ambiente pedagógico tem de ser lugar de fascinação e inventividade, e quando se fala em reencatar a educação, quer dizer, colocar a ênfase numa visão da ação educativa como ensejamento e produção de experiências de aprendizagem. Educar é fazer surgir vivências do processo de conhecimento, e não simplesmente aquisição de conhecimentos prontos e disponíveis para o ensino da simples transmissão, e a educação só consegue bons “resultados” quando se preocupa em gerar experiências de aprendizagem. Rubem Alves costuma dizer que educar tem tudo a ver com sedução, para ele educador é quem consegue desfazer as resistências ao prazer do conhecimento.



Rosimar Pereira dos Santos Balduino
Universidade Federal de Goiás
História (Licenciatura)




 




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 10. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

O LIVRO DIDÁTICO E O PROFESSOR - KAZUMI MUNAKATA


Criticar analise de livro didático que se limita ao seu aspecto ideológico, não significa não reconhecer a dimensão ideológica desse material escolar. Como afirma Gimero Sacristãn.
O livro didático é uma estrutura fundamental da educação escolar. Por trás do texto há uma seleção cultural que apresenta o conhecimento oficial, colaborando de forma decisiva na criação do saber. Assim o livro didático é um poderoso instrumento cultural de primeira ordem, ao lado dos meios de comunicação de base, constroem um consenso cultural, reafirmaram uma tradição, definem símbolos a representação do mundo e da sociedade, ou seja, não existe neutralidade, apenas ocultação de conflitos intelectuais, sociais e morais.
Os textos escolares são os mais importantes se não a única definição do currículo. Esse não é modificado, suas mudanças são pequenas e ineficazes, já que enfrentam resistência por parte dos pais e professores. Além disso, os professores são vistos como “beco sem saída”, suspeitos de não terem uma formação adequada, assim os programas de capacitação são considerados onerosos. Numa política formulada a partir da desconfiança em relação ao professor. O livro didático assume a centralidade, segundo Torres.
O professor não pode ser dependente do livro didático, já que a dependência do professor lhe reserva um papel de manipulador de textos e manuais, limitando sua formação e crescimento.
A seleção do livro didático é feita pelo governo, no Brasil o mercado editorial de livros didáticos passou a ser analisado depois da criação do PNLD. O livro didático passou a influenciar o trabalho pedagógico, definindo o currículo, cristalizando abordagens metodológicas e quadros conceituais, etc.
Para o livro didático deixar de ser a principal ou única referência da prática pedagógica e se tornar apenas um instrumento auxiliar, é preciso reverter à orientação metodológica e os interesses sociais e regionais.
Segundo Munakata, o livro didático precisa ser eficaz tanto ao professor quanto ao aluno.
Para Chartier, abordar a leitura é considerar conjuntamente a liberdade dos leitores, é o condicionamento que constituem estratégias, das quais os autores e fazedores de livros tentam impor uma ortodoxia, uma leitura forçada; e quanto mais protocolo de leitura conter um livro, mais se reduz a possibilidade de escapar à ortodoxia.


Keila Sandra Filgueira
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MUNAKATA, Kazumi, O Livro Didático e o Professor: Entre a Ordoxia e a Apropriação. In: Monteiro, Ana Maria et.al. (org).
Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. S/ed. Rio de Janeiro: FAPERI/Manad 2007.

GLOBALIZAÇÃO


Segundo Antônio Inácio Andrioli, nós vivemos na era da globalização, tudo se converge, os limites vão desaparecendo. Sendo que globalização e neoliberalismo está permeado de ambigüidade, onde se fala de uma paz mundial, e isso nada ais é que uma economia política mundial onde aponta para o processo de unificação e adaptação como conseqüências o consumismo, e inevitável massificação cultural, onde é possível perceber uma transição forçada onde paradigmas são quebradas sem a construção de novos, correndo o risco de construir uma sociedade, sem referencial, de uma alienada, onde leva o homem a desviar dos temas centrais, reais e necessários à sua sobrevivência, e se alienar, para os temas centrais que interessam somente aos países imperialistas.
As políticas educacionais são projetadas e implantadas de acordo com as exigências da produção de mercado, de acordo com os interesses dos países ricos.
Segundo Ildeu Moreira Coelho, nos vivemos hoje uma cultura da imagem e do som negando o direito fundamental de uma formação rigorosa e critica, abrindo mão do texto escrito, da leitura dos livros, do aprendizado e do cultivo do pensamento e condenando-os a permanecer no mundo da imagem e do som.

“A sociedade atual, a mídia e o mercado deixam de lado a questão do sentido e de gênese da cultura, da formação humana, da educação e da escola, e desqualificam as humanidades, a reflexão, em beneficio da tecnociência e de suas implicações na existência pessoal e coletiva, na educação, na escola e em toda produção intelectual” (COELHO, Ildeu Moreira, p. 2, 2008).

Segundo Ildeu, tudo isso é inseparável e com a desvalorização e um, causa empobrecimento de horizontes cultuais e humanos eu afetam a educação e a escola do letramento ao doutorado.
Segundo Antonio Inácio Andrioli, a globalização na educação, remete para a qualidade total a educação, mas os investimentos e benefícios são projetados e calculados e projetados da mesma forma como se procede em uma empresa.

“A educação é oferecida, atualmente, como uma mercadoria e a escola tornou-se, na verdade, mais uma empresa à qual se paga pela obtenção de um serviço” (ANDRIOLI, Antônio Inácio).
Para Andrioli, a modernização na educação, diversificação, produtividade, eficácia e competência, como em uma indústria, são palavras de ordem O que representa um grande perigo para o campo educacional: ao se regular segundo a lógica da competição, a escola estaria perdendo seu sentido, ou se contradizendo.

Aparecida Silva de Jesus
Universidade Federal de Goiás
Curso de História


                                               
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  
COELHO, Ildeu Moreira – Cultura e Educação Escolar: Questão a ser pensada, Ralidade a ser inventada 2008,

ANDRIOLI, Antonio Inácio – Educação. Globalização e Neoliberalismo: O Debate precisa continuar!

NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

A globalização se tornou um fenômeno mundial, afetando a economia e várias culturas diferenciadas, com transformações econômicas, sociais, culturais e políticas no âmbito da educação e cidadania.
O surgimento de novas tecnologias tem afetado toda a sociedade; abordaremos a inserção das tecnologias na Educação, bem como a forma que se dá a informação e a comunicação e suas potencialidades no âmbito da educação escolar.
Conforme Guimarães (2007), com o surgimento da Informática, na década de 90, houve uma possibilidade maior com a comunicação através da Internet, que também se tornou fonte de informação. Antes a educação era preparar o indivíduo para o mercado de trabalho; aqueles que possuíam maior capacidade eram selecionados, pois realizariam trabalhos mais complexos e não estariam sujeitos a fracassos. O interesse de capacitar o indivíduo para o mercado de trabalho, mão-de-obra, visa o modo de produção capitalista – o lucro, valor econômico, expansão, concorrência etc..., quanto mais produção, mais mão-de-obra e conseqüentemente o consumismo.
O crescimento tecnológico e a sua inserção na sociedade visam expandir nas informações e na comunicação, bem como na interação de indivíduos entre si, provocando profundas mudanças em todas as dimensões da vida contemporânea. Assim pode-se afirmar, de acordo com a autora, que “desde o surgimento da máquina a vapor, da eletricidade, do telefone, do carro, do avião, da televisão, do computador e, atualmente, das redes eletrônicas, vêm ocorrendo uma extraordinária expansão do capitalismo e do fortalecimento do modelo social urbano”.[1]
Um exemplo que podemos citar de tecnologia de informação e comunicação é a Internet, que inicialmente foi concebida para o uso militar. Além de continuar a ser usada para fins do serviço militar, as redes também foram implantadas nas universidades, propiciando a criação de inúmeras formas de comunicação não previstas inicialmente. “Com a Internet, podemos nos comunicar-enviar e receber mensagens – podemos buscar informações, fazer propaganda, ganhar dinheiro, divertir-nos ou vagar curiosos, como voyers, pelo mundo virtual”.[2]
A crescente demanda da Internet chegou também às escolas; os laboratórios de informática se tornaram sala de aula, onde os alunos passaram à aprender manusear o computador e a acessar a internet. Existem outros tipos de acesso, sem ser nas escolas, para quem não tem em casa, o aluno pode recorrer a uma lan house. No inicio o acesso se tornou limitado, por conta da condição financeira, pois não era toda a sociedade que tinha acesso a internet; nos dias atuais isso se tornou comum e fácil.
Com o passar do tempo houve mudanças nas tecnologias da informação e comunicação que trouxeram modificações como a inter-relação dos indivíduos com o mundo: exemplos que podemos citar: telefone celular, fax, e-mails, mensagens instantâneas, etc... “O crescimento tecnológico das telecomunicações diminui o custo das chamadas, e falar para outro estado ou país tornou-se habitual. Com o surgimento do fax e, recentemente, com o correio eletrônico, enviar e receber mensagens e textos está acontecendo de forma instantânea e mais prazerosa” [3].
Todo esse crescimento tecnológico conseqüentemente atinge as salas de aula. Os trabalhos a serem feitos pelos alunos, são pesquisados na internet e são inúmeros sites que propiciam a informação ao aluno. Segundo a autora “[...] a idéia é de que, com a exploração dessa “estrada”, alunos, conectados de suas residências, possam fazer suas tarefas de casa ou trabalhos em grupos de forma interativa, e os professores possam atuar mais como mediadores do conhecimento [...]”[4].
A evolução das tecnologias traz para a educação novas formas de se comunicar e de informar e a sua expansão vai muito além do que se imagina. Portanto ao seguir essa tendência revolucionária tecnológica tem-se que se preocupar com o livre acesso aos sites, pois da mesma forma que traz informações pode trazer também complicações e constrangimentos. Nas palavras da autora Guimarães “ os benefícios do uso das redes eletrônicas estão diretamente relacionados às novas formas de aprendizado em que a interação, o acesso ilimitado às informações, que podem se transformar em conhecimento, a questão interdisciplinar e colaborativa somam-se na tentativa de redimensionar os modelos educacionais”[5].
Aos poucos o processo educativo tecnológico vai ganhando importância e qualidade, mas para que seja de fato de qualidade tem-se que investir primeiramente no treinamento dos educadores para que possam estar familiarizados com os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas e pensar e recriar alguns métodos visando na formação de indivíduos capacitados.

“[...] A emergência paradoxal dos novos processos de produção e disseminação da informação e do conhecimento coloca como grande desafio à educação: a necessidade de repensar seus fundamentos e recriar métodos, isto é, aportes científicos fundamentais para a formação de indivíduos competentes, capacitados para lidar com as características históricas, sociais e políticas atuais [...]” [6]

Questionamos a possibilidade das instituições de ensino substituir o professor pelo computador e o uso da internet. Ainda é cedo para saber se isso irá concretizar em todas as instituições, no entanto com as novas tecnologias e a inserção da internet nessas instituições de ensino, está caminhando, no futuro não muito distante, para que aconteça essa substituição. Aos poucos o docente deixa a sala de aula (corpo presente) e passa a expor os conteúdos através de teleconferências, sendo que a transmissão de dados é feito através do computador e que pode se tornar interessantes com os recursos de animação, cores e sons que chamem a atenção do aluno.

“ a utilização do computador e da Internet no ensino vem decretar a substituição do professor-transmissor de conteúdos, parado no tempo, por um professor estrategista da aprendizagem, que precisa conhecer a psicologia e a ecologia cognitivas de seu tempo para poder criar estratégias de aprendizagem no ambiente do computador. Também destaca que a transmissão de dados no ensino passará a ser feita pelo computador de um modo muito mais interessante: com recursos de animação, cores e sons, em que o aluno terá papel ativo, com maior autonomia, buscando os temas nos quais deseja se aprofundar”[7]

Por mais que tudo indique que os professores serão substituídos pelo computador, mesmo assim “as tecnologias de comunicação não substituem o professor”[8], por outro lado com o auxílio do computador pode modificar algumas das suas funções como passar informações ao aluno através dos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD, podendo estimular a curiosidade do aluno através de pesquisas. É através dessas informações que o aluno preparará as suas atividades e apresentará ao professor; este por sua vez estará avaliando o seu aluno através dos dados apresentados, contextualizado os resultados que irá adapta-lo a realidade do aluno, questionando os dados apresentados (Guimarães, 2007) esse ainda continua sendo o papel do professor.
Para aqueles professores atentos, inquietos a novidade, a internet se torna um suporte indispensável, facilitando a sua atualização e comunicação. Por outro lado o professor achará que esse suporte se tornará complicado, pois há muitas informações para absorver, ainda há aqueles que achará aulas já prontas e apenas irá copiá-las e aplicá-las mecanicamente em sala de aula.
O docente deve sempre estar atento a novas tecnologias, e conseqüentemente estar sempre em formação, atualizando para que “os novos ritmos e dimensões  à tarefa de ensinar e aprender. É preciso que o educador esteja em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo [...]”.[9] 
Ana Cristina Silva Gomes Ferreira
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)













REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


GUIMARÃES, Jane Mary de Medeiros. Educação, globalização e educação a distância. Revista Lusófona de Educação, 2007, 9, 139-158.


[1]    GUIMARÃES, 2007, p. 146.
[2]    GUIMARÃES, 2007, p. 148.
[3]    GUIMARÃES, 2007, p. 148.
[4]    GUIMARÃES, 2007, p. 150.
[5]    GUIMARÃES, 2007, p. 150.
[6]    GUIMARÃES, 2007, p. 150 apud Brennand, 2002.
[7]    GUIMARÃES, 2007, p. 151 apud Ramal, 2002.
[8]    GUIMARÃES, 2007, p. 153.
[9]    GUIMARÃES, 2007, p. 155 apud Kenski, 2003.

GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO: A CONSTRUÇÃO DO DISCURSO ÚNICO

De acordo com o autor Rafael Straforini, o Estado-Nação deixa de ser o centro decisório das políticas e da economia, cujo poder encontra-se nos mercados financeiros e nas bolsas de valores. Assim o Estado-Nação perde sua importância diante do acumulo capitalista. Ou seja, o Estado é substituído pelo mercado de dinheiro e de mercadoria.
O Estado apesar de sua fraqueza diante ao mercado capitalista, facilita a desigualdade social, quando continua fazendo crescer o capital das empresas.
A massa cultural é induzida pelo neoliberalismo a acreditar que o triunfo capitalista solucionara todos os problemas sociais e econômicos, no entanto para dar sustentação a essa globalização perversa o neoliberalismo construiu com o apoio técnico e “ciência” econômica uma nova ordem ou missão cultural. O capitalismo dividiu a sociedade que passava a ser competitiva, cuja divisão e competitividade criada pelo neoliberalismo é parte da missão cultural.
O capitalismo através da competitividade domina a ação do homem, que desvaloriza a solidariedade e a comunidade. O capitalismo tem o poder de transformar os ideais das pessoas que para vencer financeiramente atropela o outro sem nenhum respeito, como o caso das empresas que brigam entre si para ganhar a concorrência e conquistar consumidores, países de um mesmo bloco econômico batalham para manter seus produtos no mercado, etc., demonstrações de desrespeito às pessoas que graças à competitividade se torna individualistas e até egoístas. O homem perde sua liberdade, sua cidadania, assim se torna alienado.
Aquele que consegue por mérito suprir as exigências do mercado se inseri na globalização; já aquele que não possuem as mesmas habilidades se limita a consumidores e as vezes nem consumidores. Tanto que Gentilli (1998) considera o veritismo uma forma de desigualdade.
A missão cultural do neoliberalismo induz a idéia de cidadão-consumidor, esse é primordial ao crescente capitalismo. Assim a competitividade o individualismo e o veritismo é conseqüência do consumismo, o qual diferencia aquele que pode consumir e aquele que não pode, situação que gera violência.
O neoliberalismo é fundamentado no discurso ideológico do livre mercado, da competitividade e no individualismo.


NOELI ROSA RODRIGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
HISTÓRIA (LICENCIATURA)






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

STRAFORINO, Rafael. Dilemas do Ensino de Geografia.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

ENSINO DE HISTÓRIA: LIMITES E PARTICULARIDADES DAS INSTITUIÇÕES TRADICIONAIS PÚBLICAS


RESUMO: O artigo aborda o problema que os professores encontram dentro do espaço escolar de maneira particular, relacionando com o filme “Adorável Professor”. Enfatizando os limites e as particularidades desse ensino em relação às instituições tradicionais públicas e privadas.


Desenvolvimento: Em meio ao justificado otimista com o ritmo de crescimento da economia brasileira, ecoa em numerosos setores de atividade o alerta de que estão faltando recursos humanos qualificados nesse mercado tão exigente. Observa-se que a falta abrange profissionais como professores universitários. O grande desafio para graduarmos mais profissionais é melhorar a qualidade do Ensino Fundamental obrigatório de nove anos. Esse é o grande alicerce, sem o qual não formaremos professores qualificados que necessitamos. Hoje com as recentes mudanças estabelecidas pelo governo, a criança ingressa no primeiro grau aos seis anos. No total permanecem 12 anos no Ensino Fundamental e no Médio. Entretanto, o Brasil tem negligenciado a educação, que foi perdendo qualidade ao longo do tempo. A partir da década de 90, a questão de ofertas de vagas, é suficiente para atender a demanda de novas matrículas. Entretanto, ainda há muitos alunos fora da escola, principalmente na Educação Infantil e no Ensino Médio.
Segundo Paim, a formação do professor de História se processa ao longo de toda sua vida pessoal e profissional, um processo contínuo. Entretanto, e sobre tudo na formação inicial nos cursos superiores de graduação, que os saberes históricos e pedagógicos são mobilizados e problematizados. Trata-se de um importante momento de construção de identidade.

Na perspectiva do fazer-se professor, entendemos formação como processo contínuo, que ocorre ao longo de toda uma vida e não apenas num dado momento ou lugar (PAIM, 2007 p.162).

Percebemos que isso ocorre com o professor Holland, o protagonista do filme “Adorável Professor”, ele não fez o magistério, mas sim uma formação apenas para compor seu currículo, pois não estava em seus planos dar aula. Mas, quando que por necessidade, ele foi “parar” numa sala de aula, e com o passar dos tempos, ele observou que seus alunos não estavam obtendo rendimento, o professor percebeu a necessidade de mudar seus métodos avaliativos. Com essa reflexão, se dedicou a transformar a prática pedagógica em uma atividade prazerosa, se tornando professor ao longo do tempo. A partir dessa postura realmente educativa o desempenho de seus alunos melhoraram.
Paim critica os PCNs e NDB, pois controla os professores. O professor tem muita responsabilidade e pouca ou nenhuma autonomia. Isso se percebe no filme “Adorável Professor”, quando o protagonista do filme, o professor de música, depara com os desafios de ensinar em uma escola tradicional. Percebendo o pouco rendimento de seus alunos, ele muda sua maneira de avaliar, perguntando os alunos que tipo de música mais gostavam, todos respondem que é o Rock. Ele passa então, usar o Rock para ensinar, pois para ele o que importa é o bom aprendizado dos alunos. Apesar da melhora do desempenho, ele é questionado pelos dirigentes da instituição.
Segundo Fonseca, o professor deve pensar sua matéria como um saber disciplinar que vai orientar na “formação da consciência histórica do homem”, que é um sujeito que vive em uma sociedade desigual. O professor assim como seus alunos, também deve ter em mente que a relação entre ensino e aprendizagem os faz lutar para subverterem as barreiras impostas devido às diversas culturas e sociedade, etc. “ ‘Deve’ ter a capacidade de interdisciplinarizar, de integrar, de incluir: negros, índios, pobres, homossexuais, portadores de deficiências físicas, mentais e outros” (SILVA e FONSECA, 2007 p.45).
A partir do reconhecimento e valorização da multiculturalidade pelo professor, esta passa a apresentar como um espaço de inclusão e resgate de identidade e culturas múltiplas tão esquecidas pela imposição da cultura, da elite dominante. Ou seja, o “multiculturalismo” busca tolerância e o respeito pelas diversidades e pela diferença entre as inúmeras culturas e modos de vida existentes.
Ficou claro no filme que depois da avaliação sobre sua maneira de ensinar, o professor Hollad, do filme “Adorável Professor”, percebendo que não estava tendo rendimento satisfatório com a turma, ele torna mais sensível as dificuldades dos alunos, nesse momento ele se encontra como professor, passando a ver que todos são capazes de desenvolver suas habilidades, respeitando as diferenças. Ao interagir com o colega, o professor de Educação Física, ocorre à interdisciplinaridade, ele cresce não só como professor, mas também como ser humano, sendo capaz de considerar o potencial das pessoas, respeitando suas escolhas. Isso fica claro quando ele ensina o aluno a tocar tambor, para que não perdesse a vaga no time de futebol americano.
É preciso que os professores saibam valorizar as diferentes culturas existentes na sociedade, propondo o diálogo e o exercício da cidadania. O filme analisado propõe essa valorização que é necessário que o professor persista enfrente todas as dificuldades, seja de falta de atenção dos alunos, ou mesmo dificuldades para enfrentar a rigidez dos currículos das escolas tradicionais. Mesmo sendo desvalorizados é preciso ajudar na formação de cidadãos críticos, que saibam reivindicar seus direitos, não ficando a mercê das classes dominantes.
A escola trabalha pela transformação da sociedade, ao mesmo tempo trabalha como processo de transmissão de cultura, objetivando formar indivíduos capacitados para a construção de uma melhor sociedade. E nós percebemos isso no filme quando o professor depara com a dificuldade de uma de suas alunas, ele não mede esforços para o seu melhor desempenho, contribuindo não só com a formação discente, mas também como indivíduo, fazendo com que a aluna não desista, mas encare seus obstáculos, mudando sua vida, preparando-a para uma maior interação e aceitação na sociedade, tanto que foi muito bem sucedida, tornou a governadora. Contudo, nunca esqueceu a importância do seu professor, deixando isso claro no discurso emocionante que fez quando seu professor foi demitido, por motivos de cortes, devido às dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição.
Adriana Maria de Souza Zeerir aponta a pesquisa como um caminho a renovação do trabalho do professor-historiador. Levar a prática da pesquisa historiográfica para a sala, estimular professor a desenvolver pesquisas através de material criado por ele próprio, como apostilas, textos e livros didáticos. Num segundo momento do filme, o professor Holland, também estimula seus alunos a fazer pesquisas nas horas vagas. Isso só ocorreu porque ele é um professor educador, que se preocupa com o aprendizado de seus alunos.
O professor “deve” ser um pesquisador, pois através do conhecimento adquirido, ele tem autonomia para questionar, para acrescentar ou retirar conteúdos dos currículos das instituições tradicionais, para a melhor formação do aluno, como fez o professor Holland, quando substituiu a música tradicional pelo Rock, objetivando melhora no desempenho de seus alunos.
A partir dos conteúdos trabalhados e do filme “Adorável Professor” nos deixa claro que a escola que dispõe de livros diversificados e flexível as diferentes necessidades das formas de organização da prática pedagógica, professores de boa formação, juntos tornam aliados contra a rigidez dos currículos das escolas tradicionais, oferecendo aos discentes novas oportunidades de interação e aceitação na sociedade.
Portanto, faz-se necessário uma maior atuação dos professores de História junto às instituições de ensino, para que levem novas maneiras de se trabalhar a História e promover a conscientização dos educandos para torná-los críticos, em condições para lutar pela superação das desigualdades e pela transformação da sociedade.

ROSANE FERREIRA BORGES RODRIGUES
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)
 


 BIBLIOGRAFIA





LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1990. Coleção Magistério, 2º grau.

PAÍM, Elias Antônio. Do formar ao fazer-se professor. In: Monteiro, Ana Maria. Gasparello, Arlette Medeiros. Magalhães, Marcelo de Souza (orgs). Ensino de História: Sujeitos, Saberes e Práticas. Rio de Janeiro, 2007.

SILVA, Marcos Fonseca Guimarães. Tudo é História: o que ensinar História no século XXI – em busca do tempo entendido. Campinas, SP: Papirus, 2007.

STEPHEM, Herek. Filme: Adorável Professor. EUA, ANO: 1995.
 

A INFORMATIZAÇÃO E O ENSINO EM SALA DE AULA



Atualmente, vivenciando a revolução da tecnológica, na era da informatização, é possível percebe que a área da educação, continua a mesma, não houve mudança em relação a isso. Onde as práticas pedagógicas continuam como há muito tempo, não teve evolução significativa, os computadores chegam às escolas como um importante suporte de modernização do sistema educacional, para permitir e facilitar a concretização de trabalhos, e ainda, objetivando a melhoria da qualidade de ensino. Junto à democratização do saber junto à informatização, o aluno irá produzir, socializar e facilitar o acesso ao conhecimento, quebrando a barreira da simples reprodução, para a produção de conhecimento.
Devido à rápida expansão tecnológica, os professores precisam estar conscientes que não basta apenas os métodos convencionais de transmissão do conhecimento, é necessário empregar recursos capazes de interagir com o educando e desenvolvendo suas capacidades intelectuais. Porém, é importante estar atento ao fato de que se a tecnologia da informática é capaz de mudar a educação beneficamente, ela também, pode não ser benéfica ao ensino se não aplicada de forma correta. Utilizar os computadores como livros eletrônicos sofisticados, em exercícios de repetição e prática, acaba prejudicando a aprendizagem dos alunos, assim, Gentili (2002, p.12) afirma que “A tecnologia mais sofisticada da agressão e da espionagem, pode levar ao extermínio da espécie humana”. Por isso, é importante acompanhar o trabalho dos docentes, devido eles serem os responsáveis pelo sucesso ou fracasso desse processo.
Mas, os professores têm se mostrado “alienados” as novas tecnologias em sala de aula, ele não quer ou não consegue se convencer da importância da utilização da informatização em suas aulas, se acomodaram com o ensino onde apenas eles são “donos” do saber e os alunos meros reprodutores do saber, o professor fala, o aluno decora e devolve nas provas. O docente precisa conscientizar que os alunos não mais aceitam aprender de forma “tradicional”, os alunos cobram por aulas mais ricas em recursos didáticos, mais dinâmica, e o mais importante com mais participação dos alunos. E de acordo com Valente (1989) a implantação da informática na educação, além de computadores, é necessário ainda, de um software educacional e professores capacitados para usarem os computadores.
A utilização da tecnologia em sala de aula traz várias contribuições possíveis à aprendizagem, tais como:
  • Esses recursos estimulam e desenvolvem habilidades intelectuais;
  • Estimulam a busca de mais informações sobre o assunto, e maior relação entre informações;
  • Promove cooperação entre os alunos;
  • O professor interage mais com alunos, do que nas aulas tradicionais;
  • Os professores veem o conhecimento cada vez mais como um processo contínuo de pesquisas;
  • Possibilita rever os caminhos de aprendizagem percorridos pelo aluno, facilita ainda, a verificação das dificuldades específicas do aluno.
Com isso, os educadores precisam oferecer diversas possibilidades ao aluno para que construa o seu saber de modo significativo, assim o computador, visto como uma ferramenta pedagógica, enriquece as aulas tornando-as mais dinâmicas e motivadoras, favorecendo assim, a construção do conhecimento e ao desenvolvimento da aprendizagem. O educador vem a ser um elo de conexão entre o aluno e o conhecimento, por isso, o seu trabalho deve ser de mediador, auxiliando o aluno no seu processo de construção através de uma aprendizagem colaborativa.
E para que a aula utilizando os recursos tecnológicos seja produtiva e satisfatória, como toda aula, precisa haver planejamento do que será desenvolvido e quais os objetivos a serem alcançados. O educador precisa planejar a aula de acordo com o currículo escolar, com antecedência e assim, preparar todos os recursos necessários para o desenvolvimento da atividade proposta. Os alunos devem utilizar o computador com as atividades propostas, para auxiliá-los no desenvolvimento da atividade, sempre interagindo técnica, conhecimento e habilidades.
Porém, sabemos segundo Vilela (2007) que “(...) o conhecimento tecnológico no atual contexto de globalização, é importante, mas o que é chance para alguns, é exclusão para outros, sendo perceptível que há mais exclusão do que chances nessa sociedade global.” Pois, enquanto algumas escolas da rede pública detêm uma grande infra-estrutura tecnológica, com equipamentos como: laboratórios de computação, projetores multimídia, televisão, DVD e etc. outras vivem na precariedade estrutural tecnológica, sem possuírem nenhum destes recursos. Para concluir, é importante conscientizar que nossos alunos tenham contato com o “mundo tecnológico” dentro da escola, não apenas com o objetivo de adaptá-los ao meio, de adaptá-los às novas necessidades do mundo do trabalho, mas, que esses alunos compreendam a sociedade atual, com toda a sua tecnologia, com a finalidade de dominá-la e de transformá-la.

Rosimar Pereira dos Santos Balduino
Universidade Federal de Goiás
Curso de História (Licenciatura)





REFERÊNCIAS

GENTILI, P.

VALENTE, J. A. Questão do Software: Parâmetros para o Desenvolvimento de Software Educativo. Campinas: Unicamp – SP NIED – Mimeo. n 24, 1989.

VILELA, L. R. A formação de educadores na era digital. 2007

Periferias pelo mundo




A esquerda periferia de Dubai, abaixo periferia do Rio Janeiro.















  

A esquerda periferia de Londres, abaixo periferia de Joanesburgo.